Alan Fonteles não tomou conhecimento dos adversários. Quando apontou na curva, a medalha de ouro já tinha dono. Mas ele queria mais. E não perdeu a oportunidade de riscar o nome de Oscar Pistorius do alto da lista de recordistas mundiais dos 200m classe T43.
Agora, quem ocupa este lugar é o brasileiro. Depois de silenciar o Estádio Olímpico de Londres ao cruzar a linha de chegada exatamente na frente do sul-africano, no ano passado, Alan voltou a vencer a prova. Desta vez, no Mundial Paralímpico de Atletismo, em Lyon. E sem ter o astro na raia ao lado - Pistorius está afastado das pistas desde fevereiro, acusado de ter matado a namorada Reeva Steenkamp.
Neste domingo, com o tempo de 20s66, Alan foi aplaudido de pé pelo público ao deixar para trás a antiga marca que estava em poder de seu ídolo (21s30).
Quem mais se aproximou do novo recordista de 20 anos foi o americano Blake Leeper (21s78). O alemão David Behre (23s45) completou o pódio. A temporada tem sido boa para Alan. Em junho deste ano, em uma competição em Berlim, ele já havia conquistado o status de homem mais rápido da história dos 100m (10s77).
Nos Jogos Paralímpicos de 2012, Alan Fonteles foi campeão dos 200m T44, superando o favorito Oscar Pistorius. Depois da prova, o sul-africano causou polêmica ao contestar as próteses usadas pelo brasileiro.
Nos últimos 10 metros da final da prova dos 200m T11, categoria para cegos totais, o brasileiro Lucas Prado se soltou de seu guia, Laércio Martins, e cruzou a linha de chegada sozinho, em primeiro lugar. Antes que ele passasse reto pela curva e desse de cara com a grade, Laércio gritou:
- Deu, deu, deu!!! Parou!!!
A estratégia deu certo, e Lucas conquistou neste domingo, em Lyon, na França, o bicampeonato mundial da prova, com o tempo de 22s55, sete centésimos acima do recorde mundial, dele mesmo. Ananias Shikongo, da Namíbia, chegou em segundo, com 22s71. Outro brasileiro, Daniel Silva, com o guia Heitor Sales, completou o pódio com a medalha de bronze.
A decisão de soltar a corda foi tomada porque Laércio ainda não se recuperou totalmente de uma lesão nos dois tendões de Aquiles e não teria fôlego para acompanhar Lucas até o final. A dupla já havia feito isso nos 100m T11 do Aberto de Berlim, quando o brasileiro correu em 10s99, abaixo do seu próprio recorde mundial de 11s03. A marca, porém, não foi homologada porque o vento a favor estava um pouco acima dos 2 m/s, como a regra determina. Graças a um pedido dos brasileiros, desde o ano passado os atletas ganharam permissão para se soltar dos guias nos metros finais das provas.
fonte: globoesporte.com
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